Quem acompanha as publicações do historiador Doutor Isaias Benedito Bueno nas redes sociais está tendo a oportunidade de conhecer fatos da história nas cidades de Santa Isabel, de Igaratá e Arujá que até agora eram ignorados pela maioria das pessoas.
E tais relatos trazem também uma demonstração de como a participação das pessoas foi importante para o desenvolvimento das cidades da região. Demonstram que a evolução dessas cidades também contou com a colaboração de professores, religiosos, funcionários públicos, empresários, muitos integrantes de famílias que até hoje participam da vida do município.
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Por isso, os poderes públicos não podem se omitir no seu dever de preservar a história das cidades. Será muito interessante que os candidatos que concorrerão às próximas eleições não se esqueçam de reservar nos seus programas de governo um lugar para a preservação da memória coletiva. Especialmente hoje, com os recursos da tecnologia digital, é possível que sejam registrados os fatos sociais, econômicos e políticos tanto do passado como dos dias atuais de uma forma muito mais fácil, através de depoimentos gravados, fotos e filmes.
Por ora, tais registros têm dependido das memórias das pessoas, ou de trabalhos notáveis como o que é feito pelo Doutor Isaias, mas o tempo está passando, as pessoas estão partindo e muita coisa pode ficar no esquecimento.
Para quem não sabe, a cidade de Santa Isabel remonta aos tempos do Brasil colônia, e suas ruas eram compostas de casas centenárias, construídas com grossas paredes de taipa de pilão. A chamada “rua de cima”, hoje Avenida Manoel Ferraz de Campos Sales era uma moldura de arquitetura colonial, que hoje poderia ser objeto de visitação e turismo.
A Casa Paroquial, hoje residência da paróquia de Santa Isabel, que também ficava na “rua de cima”, no caminho para São Paulo, avançava uns metros pela rua, mas tudo foi demolido em nome do progresso.
Isso sem falar em patrimônios naturais, que simplesmente desapareceram, alguns em razão da exploração econômica, outros inundados pela Represa do Jaguari. Mas cidades que até mesmo em razão da estagnação econômica, como São Luiz do Paraitinga, Bananal e especialmente do sul de Minas Gerais, mantiveram seu patrimônio hoje colhem frutos decorrentes da exploração do turismo.
O saudoso ex-prefeito José Raymundo Lobo, que trabalhou no Conservatório Municipal de São Paulo juntamente como o escritor Mário de Andrade, autor da obra prima “Macunaíma”, relatava que este vinha passear em Santa Isabel, fazendo serenatas nas escadarias da Igreja Matriz, juntamente com outros artistas, que também vinham.
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Não foram poucos os grandes juristas, como o hoje presidente eleito do Superior Tribunal de Justiça, Herman Benjamin, que já passaram pelo fórum de Santa Isabel. Há muito o que ser contado.